Cândida Alves

Sou a Cândida, tenho 56 anos e passei metade da minha vida no inferno. Drogas, prostituição, violação e muito sofrimento. Mas foi essa vida que fez o meu caminho, a Cândida de hoje. Trabalho já faz muitos anos na área da redução de riscos, com toxicodependentes e mulheres em situação de protituição. Vida de sofrimento, riscos e isolamento que conheço bem.

Tento que a prostituição seja vista como ela é na realidade. E que as mulheres que têm essa vida sejam protegidas, pois eu não fui. Para isso é preciso mudar leis e mentalidades. O inferno existe e bem, mas podemos mudar as coisas ou mudar de vida, eu sou a prova disso. Na associação onde trabalho estou em contacto com membros do governo para poder ter acesso a novas leis, medidas, onde a voz dessas mulheres seja ouvida.

Com a lei que saiu a 13 abril de 2016 conseguimos a penalização dos clientes e medidas para evitar a entrada nessa vida. Segundo esta Lei, as pessoas que se prostituem não são culpadas, mas sim vítimas do sistema, exigimos um novo olhar para o sexismo, e sobre as mulheres vítimas de violência. Agora queremos que a lei seja aplicada a nível nacional.

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