«Se as mulheres tivessem mais opções económicas nesta sociedade, elas não escolheriam ser abusadas na prostituição», diz Fiona Broadfoot, sobrevivente do sistema da prostituição no Reino Unido. A escolha está sempre relacionada com um contexto.
Hoje, na Europa, a igualdade de género não é uma realidade: basta olhar para as diferenças salariais (16%), para a prevalência da violência contra as mulheres (1 em cada 5 mulheres é vítima de violência doméstica), para os estereótipos sexistas, para a sub-representação das mulheres nos negócios, nas universidades e na política (27% de parlamentares nacionais)…
Num contexto onde muitas mulheres enfrentam a discriminação, a pobreza e a violência, o «consentimento» pode ser comprado com dinheiro. Pesquisas aprofundadas indicam que a pobreza, a perda da família, a falta de habitação, a toxicodependência e uma história de abuso físico e sexual são factores que se conjugam para tornar as jovens vulneráveis ao sistema da prostituição.
Além disso, a maioria das mulheres que se prostituem começaram a prostituir-se muito jovens. Gostaria que a sua filha ou irmã escolhesse a prostituição? Ela pode começar já amanhã…