Susana Duarte nasceu na vila de Oeiras em 1989. Licenciou-se em História e pós-graduou-se em Ciências da Documentação e Informação na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Desde 2016 até à data, é Diretora Administrativa e Financeira da Juventude Social Democrata. É presidente da comissão política da Juventude Social Democrata de Oeiras e membro da Assembleia Municipal de Oeiras.
A JSD não tem uma posição oficial sobre o tema da Prostituição, contudo defende que é fundamental que exista uma maior informação e debate sobre o tema.
Não se pode assumir que a visão dos jovens é errada quanto à questão da prostituição. Esta é baseada na que a comunicação social lhes apresenta, tendo estes um papel crucial na formação da opinião pública e nomeadamente dos jovens em Portugal. Embora não sendo um crime, o mais frequente é ao abrir um jornal verificarmos a associação da prostituição à criminalidade, sendo os crimes mais frequentes ligados a esta atividade o homicídio, o roubo e o lenocínio, além de que a maioria das notícias aparece ligada a mulheres migrantes sem qualquer tipo de capacidade de agir, ou seja vitimizando-as, enquanto que as prostitutas portuguesas aparecem frequentemente ligadas ao crime de lenocínio. Nestas notícias podemos ver que cerca de 61,7% do discurso direto é emitido pela polícia, tribunais e Governo, enquanto que apenas 7,5% é proferido pelos profissionais do sexo. Dando assim uma visão parcial do problema e das suas reais consequências. Contudo devemos notar que é do conhecimento geral que no atual regime jurídico a lei pune o proxenetismo e o lenocínio, mas não considera a prostituição em si ilegal. Assim, se a prostituição em Portugal não é um crime, ao mesmo tempo também não é uma atividade regulamentada.
A maioria dos jovens hoje é a favor da legalização da prostituição e os motivos são vários, como a proteção social das pessoas que se dedicam à prostituição, acreditando que a regulamentação permitiria o acesso a cuidados de saúde adequados e especializados, nos quais, além do despiste de problemas de saúde, seria feita educação para a saúde (higiene, prevenção de DST, esclarecimento de dúvidas, etc.), tendo isto também em vista uma questão de saúde pública sendo que hoje também diversas fundações/Associações internacionais defendem um modelo de regulamentação e por fim a liberdade individual, pois para a maioria dos jovens a liberdade do individuo escolher o que faz com a sua vida e o seu corpo deve estar a cima de julgamentos morais ou sociais. Esta análise não me permite pensar que os jovens têm uma visão errada da prostituição, mas apenas que é necessário um maior debate sobre o tema.
O que defendo em relação à prostituição é uma profunda e realista análise e avaliação da legislação em vigor, pois esta, na minha opinião, não protege o individuo nem a sociedade. Pois a legalização da prostituição só por si não protege o indivíduo do aumento do tráfico humano, sendo que de acordo com os últimos relatórios, na Alemanha, a regulação aumentou o tráfico humano. De notar também, que em Portugal a prostituição do sexo masculino é fortemente ignorada, existindo um certo estereótipo face à prostituição, que ligamos quase que de imediato à mulher, incidindo a maioria dos estudos sobre estas, de onde se retiram dados como, 60% das mulheres que se prostituem sofrem de stress pós-traumático e tem um risco de mortalidade 40 vezes superior ao das restantes pessoas. Além do mais este estigma da sociedade face à prostituição leva-nos desde muito novos a assumir a prostituição, feminina, como algo de “normal” em comparação a algo de semelhante como a prostituição masculina sobre a qual não se sabe quase nada. Assiste-se, portanto, a uma verdadeira subjugação do papel da mulher na sociedade face ao papel do homem. Este é também um problema par o qual devemos prestar atenção quando debatemos o tema.