Márcia, 20 anos

A minha jornada enquanto abolicionista começou por influência de companheiras e amigas próximas que, rapidamente, me alertaram para a problemática do sistema de prostituição. Posto isto, compreendi a urgência de defender um modelo que, efetivamente, protege as mulheres e meninas dos abusos e explorações inerente a este sistema.

Sou abolicionista porque recuso os mitos liberais da “escolha livre” e “empoderamento feminino”, frequentemente utilizados de forma a branquear a violência do sistema de prostituição. Sou abolicionista porque reconheço que há, por parte dos proxenetas e compradores de sexo, um aproveitamento impiedoso dos contextos de vulnerabilidade económica e social destas mulheres.

Homens lucram com a exploração sexual de mulheres, lucram com a mercantilização dos corpos de mulheres e lucram com a violação e o abuso de mulheres. Não podemos, de forma alguma, compactuar com isto. Sou abolicionista porque “se uma de nós tem um preço, estamos todas à venda”.

Deixe um comentário