Lucas Chuffart

Lucas Chuffart, nascido em 1948. Dinamizador de grupos de jovens em diversos organismos. Passou um período no Zaire (atual Républica Democrática do Congo) de 1987 a 1994, onde assegurou a formação de jovens.

Ativista no movimento feminista francês desde há vinte anos e ativo em várias associações. É membro de Chienne de Garde, rede em defesa das mulheres injuriadas em público, fundado em 1999; de La Meute de Chiennes de garde contra a publicidade sexista; da rede internacional “Encore Féministes!”.

É co-fundador desde 2011 de Zéromacho, uma rede internacional de homens contra o sistema prostitucional e pela igualdade entre mulheres e homens. É tesoureiro da associação Zéromacho. Realizou várias viagens ao encontro de cerca de 3600 signatários do manifesto de Zéromacho.

Em 2014, foi candidato às eleições europeias na lista “Féministes pour une Europe solidaire”.

Comunicação na sessão Fazendo a mudança

Nós, homens da rede Zeromacho, chamamos “prostituidores” aos homens que pagam um ato de prostituição.

Aqui está o que pensamos compreender sobre a sua mentalidade: Para eles, o dinheiro pode comprar tudo. Querem exerce poder através do dinheiro. É uma dominação que se torna sexualizada. Para eles, há uma categoria de mulheres para “isso”, mas não serão as suas esposas nem as suas filhas.

Criámos a Zéromacho para agir contra o sistema da prostituição porque é uma violência tratar os seres humanos como mercadoria, de os submeter a um tráfico que é uma forma de escravatura. Dirigimo-nos aos prostituídores explicando que comprar um ato sexual a uma pessoa que não experimenta qualquer desejo é uma violência.

Escolhemos o nome Zéromacho pois exprime um ideal, e fazemos pedagogia com humor.

Trabalhamos para um mundo de respeito para com os seres humanos, de igualdade entre mulheres e homens. Queremos um mundo onde a sexualidade será o encontro entre dois desejos, com liberdade e igualdade.

O nosso manifesto (a tradução portuguesa encontra-se no site de Zéromacho) apresenta os princípios do nosso engajamento contra o sistema da prostituição. Foi assinado por 3 573 homens em 64 países e por apenas 5 homens em Portugal: há uma grande margem! Aumentar o número de signatários portugueses do manifesto poderia ser uma primeira etapa no seu engajamento e a constituição de um grupo.

Nós fazemos um trabalho pedagógico ao refutar as maiores objeções que visam justificar a necessidade da prostituição: o nosso texto está disponível no site em francês, inglês, alemão, espanhol, italiano e russo (fazer download em baixo nesta página). Os homens dizem a outros homens para respeitar as mulheres, para respeitar a sexualidade.

Para conseguir passar a lei em França, encontrámo-nos com homens e mulheres políticas/os para explicar-lhes a necessidade de uma lei abolicionista.

Convidamos os membros da rede Zéromacho em todos os países a constituir grupos locais, a participar em coletivos regionais ou nacionais, a organizar a nossa ação anual de passar a ferro em público, que pretende ser sobre a igualdade mulhers e homens e partilha das tarefas domésticas: os homens passam a ferro e ensinam uns aos outros a passar.

Por estes diferentes meios, a sociedade portuguesa pode caminhar para uma mudança de mentalidades e uma lei abolicionista do sistema da prostituição. Estas são as nossas vozes mais ricas.

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